Centenas de professores coiteenses vão às ruas em manifestação promovida pela CNTE e cobram seus direitos a Prefeitura

Os professores foram cobrar melhorias por parte dos governos federal e municipal.

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O Sindicato dos Servidores Públicos de Conceição do Coité – SPMCC, que tem um foco voltado mais para a área de educação, aderiu a paralisação de três dias sugerido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) que teve inicio segunda-feira (17) e prossegue até esta quarta-feira (19).O órgão, que representa mais de 3 milhões de educadores das redes públicas de educação básica, reivindica o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE); destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública.

Os professores coiteenses em posse de faixas e cartazes saíram da frente do Centro Cultural às 09h, mesmo horário de mobilização em todo Brasil, usando carro de som e apito fazendo muito barulho para chamar a atenção da população, sobretudo, as autoridades, em busca de melhorias.O Sindicato tratou do assunto de âmbito nacional que são as reivindicações da CNTE e local, já que vem de uma queda de braço com a prefeitura há muito tempo em busca de melhorias para a classe.

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Após percorrerem o centro comercial os professores se reuniram na Praça da Igreja Matriz, onde foi franqueada a palavra para o educador que desejasse se manifestar.A cobrança dos professores foi mais de âmbito local, embora tratassem das questões que vêm sendo discutidas entre CNTE e Ministério da Educação.

O presidente do SPMCC Leonardo Mascarenhas ao falar dos quatro itens principais cobrado pela Confederação, investimento dos royalties de petróleo,10% do Produto Interno Bruto (PIB), o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada e votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE), disse que o Brasil é o pais que menos investe na educação em toda América Latina,tem a quinta maior economia do mundo e a 88ª pior educação do mundo, no ranking da ONU está na posição 90, no total de 190 que ele considera vergonhoso.

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O presidente (foto abaixo) destacou os pontos em discussão com a Prefeitura de Coité, a começar pelo salário de dezembro de 2012, na gestão do prefeito Renato Souza, considerado por ele um depto do município e que o atual prefeito Francisco de Assis assinou um acordo no Fórum para pagar em 31 de dezembro de 2013, 100% do valor ao pessoal de apoio a educação e dividir em duas parcelas para os professores, no final de dezembro e final de janeiro,”mas houve um entrave, pois ele (o prefeito) não quis pagar com as devidas correções e a maioria dos servidores assinou um termo que só recebe com correção, que eu acho justo, se a Prefeitura manda o IPTU e eu não pago em dia vou pagar com juros. Que ele contenha gastos, reduza CET, faça o possível, mas a gente exige ao cumprimento disso que é legal”, disse o presidente.

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“Em resumo: os professores de Coité estão cobrando o salário de dezembro, os títulos que correspondem os cursos que os professores fazem a cada 160 horas ele tem o direito pelo plano de carreira em aumentar 13% nos seus salários, mas isto está parado, deram entrada em outubro 2012, era pra receber em fevereiro de 2013 e já chegamos a um ano e dois meses sem ser pago.Está se reivindicando também a mudança vertical de nível, ou seja, o professor faz faculdade, depois que faz pós-graduação ele muda de nível e o acréscimo em seu salário é pra ser automático”, explicou Leonardo Mascarenhas

O presidente disse também que títulos só existem nessa nova gestão e que mudança de nível tem atualmente quase 60, e vem desde o governo Renato Souza, porém a quantidade era menor até ele entregar a prefeitura, segundo relato de Leonardo.

O presidente lamentou a pouca participação de professores na manifestação de hoje pela manhã, segundo ele que fez todo percurso na parte alta do carro de som contou cerca de 130 educadores, considerado um número baixo, pois a quantidade de professores passa de 600 em todo município.O professor lamentou a quantidade reduzida e reconheceu que é preciso que a classe se una mais.” Sei que muitos colegas não puderam vir, mas sei também que falta vontade política da maioria.Ontem (segunda-feira) lá na assembleia, tinha pessoas cobrando com muita ênfase e hoje não estavam aqui.Uma delas está a serviço do município, tem 40 horas, mas não estava aqui”, concluiu Leonardo.

paralisação da educação em coité - 4O professor e ex- chefe de gabinete do Governo Renato Souza, Eudes Mateus ao fazer uso do microfone destacou a possibilidade de greve na rede municipal caso as reivindicações não sejam cumpridas até meados do mês de abril. “Os professores se reuniram em assembleia na última segunda-feira, decidiram por essa manifestação que estamos participando e ficou decidido também que até 30 dias o gestor não der uma definição, no dia 16 de abril estaremos se reunindo novamente, a ideia inicial é fazer paralisações de advertência, um dia por semana, depois dois dias por semana, e por algum tempo isso não se definir, a gente deve entrar definitivamente em greve.O que a gente torce é que não seja necessário chegar a esse ponto, esperamos contar com a sensibilidade do prefeito e da secretária de educação para resolver o que nada mais é de que o direito do servidor”,falou Eudes.

Foi debatido também o tema da jornada pedagógica municipal deste ano quando diz que criança fora da escola não pode, o professor Adelson disse no microfone que o não pagamento dos salários de dezembro não pode, o não pagamento dos títulos não pode, não pagamento pela mudança de nível não pode, entre outros pontos que consideram prioritários e ainda não foram resolvidos.

Ao passar na praça dos taxi, um taxista fez uma pergunta em alta voz onde estava o vereador Danilo que sempre encabeçou os movimentos educacionais e não foi visto nesse movimento, o pessoal então em coro começou a perguntar ” ô Danilo cadê você…!!! Naquele mesmo momento um homem que estava na calçada observando a manifestação disse que esse pessoal todo (se referindo os professores) votaram em Renato e contra Assis, segundo o cidadão, sempre acompanhou as manifestações e “esses que estão ai, no governo de Renato nunca foram, e é natural que os que hoje são a favor de Assis não estejam ai”, observou o cidadão que não teve a identidade revelada.

O CN procurou o prefeito Assis para comentar o apresentar solução para as reivindicações, mas foi informado que se encontrava em Salvador, mas o espaço democraticamente está aberto para o prefeito e também para o líder do governo na Câmara Danilo Ramos, caso desejem justificar suas ausências.

Redação e fotos: Raimundo Mascarenhas

Fonte: calilanoticias

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