Estadão Conteúdo
Um casal morreu e três pessoas ficaram feridas no domingo, 16, após serem baleados no batizado coletivo de uma igreja católica no bairro Pimentas, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O autor dos disparos foi o ex-marido da mulher, que acompanhava a missa de batismo de seu filho. Até as 19h de ontem, ele estava foragido.
O gráfico Pedro Félix dos Santos, de 45 anos, não havia sido convidado para a cerimônia em que seu filho de seis anos com a auxiliar de expedição Viviane Rosa dos Santos, de 34, seria batizado, mas foi até a igreja mesmo assim. Após o batismo do menino, ele levantou-se, caminhou em direção ao altar e disparou com um revólver calibre 38 contra a ex-mulher e seu novo companheiro, o motorista Rosildo Donizeti Pereira, com quem ela se relacionava havia seis meses. Os dois foram atingidos na cabeça. Antes de sair da igreja, Santos efetuou mais disparos e atingiu outras três pessoas, que ficaram feridas sem gravidade.
Pereira chegou a ser levado para o Hospital Santa Marcelina, mas não resistiu aos ferimentos. Viviane Santos morreu no local. Os outros três feridos foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e encaminhados ao Pronto-Socorro dos Pimentas, em Guarulhos, mas não apresentavam risco de morrer.
“Viviane e Santos tiveram um relacionamento de dez anos que acabou em 2011, mas os dois últimos anos da relação já estavam conflagrados”, afirmou o delegado João Blase, do 4º Distrito Policial de Guarulhos, após ouvir as primeiras testemunhas do caso. “Certamente foi um crime premeditado.”
Na mesma delegacia, já havia pelo menos três boletins de ocorrência envolvendo o casal, que teve dois filhos. Em 2005, Viviane fez uma queixa contra o ex-marido na delegacia por lesão corporal e ameaça. Em 2011, foi o gráfico quem a acusou de ameaça. Em 2012, Viviane relatou desobediência à Lei Maria da Penha, afirmando que o ex-marido descumpriu ordem de se manter afastado dela. No último boletim de ocorrência, Viviane relatava que Santos estava bebendo e apresentava agressividade.
Na Igreja São Francisco de Assis, todas as atividades foram suspensas até segunda ordem. “De repente escutei um estrondo, em seguida mais três e apareceu uma fumaça. Havia 18 crianças sendo batizadas e 150 pessoas na missa. Dispensamos todos assim que percebemos o que havia acontecido”, relatou o padre Daniel Reichter.
Em frente à igreja, o clima era de consternação na tarde de ontem. “Quando escutei o primeiro disparo, nunca imaginei que pudesse ser um tiro. Eu só vi um homem pulando os bancos da igreja e fugindo em um carro”, disse o fotógrafo Geraldo de Almeida, que fotograva a missa.
A comerciante Cleide Regina Bessa estava na igreja para batizar a filha. “Todo mundo começou a correr e saímos pela lateral da igreja. Parecia filme de terror”, afirmou.
Fonte: estadao.br