Cinco pessoas mortas, uma ferida e várias lojas saqueadas, nesta quarta-feira, 16. Este foi o saldo do 1º dia de greve da Polícia Militar em Feira de Santana. Entre os mortos está o policial militar Tiago Maciel Silva, que foi seqüestrado quando deixava a sede da cavalaria no distrito de Maria Quitéria, conhecido como São José. O comércio que no inicio da manhã estava com lojas abertas, fechou completamente por volta das 10 horas após vários arrastões e assaltos serem registrados. O cenário de quem saiu nas ruas era de medo, pessoas assustadas e com passos acelerados tentando encontrar uma forma de voltarem para casa.
O soldado Silva trabalhava na Cavalaria e foi sequestrado por quatro homens que estavam em um veiculo Uno, de cor escura e baleado várias vezes principalmente na cabeça. O policial foi encontrado por policiais do Tático móvel, caído as margens da BR 116. Levado para o Hospital Emec, da rede particular, o pollicial chegou sem vida à unidade. “Não sabemos quem fez isto com ele e nem porque. Ele era um bom, pai, um bom filho e um bom policial. Queremos justiça”, disse o pai do PM, Mario dos Santos Silva.
Os ônibus de transporte coletivo que deveriam circular das 05 as 18 horas, não saíram das garagens. Motoristas e cobradores se aglomeraram em frente as empresas e mesmo com a orientação do sindicato de que deveriam circular até o inicio da noite, eles se recusavam alegando falta de segurança. “Ontem após o anuncio da greve já teve ônibus apedrejados e registro de assaltos. Como iremos para a rua sem a devida segurança. Somos pais de família e temos que preservar nossas vidas e de nossos passageiros”, disse o motorista Antônio Lima.
O comércio abriu normalmente no inicio da manhã, mas com o registro de assaltos, as lojas resolveram fechar as portas. Na rua Marechal Deodoro, uma das movimentadas da cidade, três lojas e um supermercado foram assaltados deixando funcinários e clientes em pânico. “Tomei um susto ao ver os assaltantes invadirem a loja da Mersan aqui na frente e parecia uma cena de filme, empurraram todo mundo e pegaram todos os parelhos celulares que estavam expostos”, contou um comerciaria que presenciou um dos assaltos.
Outra funcionária de uma loja de sapatos, entrou em contato com a redação de A TARDE chorando, pois estava trancada dentro do estabelecimento com medo. “Cerca de 20 pessoas entre homens e mulheres vieram na direção da loja, conseguimos fechar as portas antes deles entrarem, mas ainda chutaram e bateram nas portas. Estamos em pânico”, informou sem conter o choro.
Por medida de segurança a escolas públicas e privadas, esta última a maioria, suspenderam as atividades. Na área de saúde apenas as policlínicas estão funcionando, pois a prefeitura contratou segurança privada. Já as repartições públicas funcionaram normalmente.
Bancos e lotéricas funcionaram pela manhã, mas por volta do meio dia fecharam as portas, mantendo o expediente interno. O serviço de limpeza pública funcionou normalmente.Policiais civis aderiram a paralisação por 24 horas e apenas serviços de levantamento cadavérico e prisão em flagrante estão sendo mantidos.
Fonte: atarde.uol.com.br